O governo brasileiro e alguns políticos afirmam que após a aprovação da Reforma da Previdência, o próximo ponto a ser debatido pelo congresso é a necessidade de uma reforma tributária.
A Reforma Tributária é tão importante que até mesmo o presidente Jair Bolsonaro já se manifestou pelas redes sociais sobre o assunto, ressaltando o tema.
Segundo o CEO da Marins Consultoria, Eliézer Bittencourt Marins, o atual sistema tributário brasileiro precisa ser reformado para que o país possa voltar a crescer. Marins classifica como complexo e defasado o sistema de tributação:
“Ao contrário do que pensavam os governantes de política menos liberal, menos Estado é a melhor forma de fazer um país crescer, e isso se faz reduzindo impostos. É preciso simplificar e reduzir a carga tributária, tornando os impostos atuais reduzidos em um único, que é o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a semelhança da Europa e dos Estados Unidos. Hoje é o melhor que há em termos de tributação no consumo hoje”.
Segundo o consultor, caso não haja uma reforma tributária plena, é preciso encontrar meios de simplificar a tributação:
"Caso isso não ocorra, temos que simplificar as regras dos dois tributos (PIS e Cofins), amenizando os quase 100 existentes no país, incluindo impostos, taxas e contribuições cobrados pelos governos federal, estadual e municipal”.
A falta de transparência do atual regime de tributação brasileiro é algo que afasta o cidadão comum de entender no que está sendo tributado, além de gerar insegurança jurídica.
“A avaliação do governo atual é que uma reforma tributária enfrentaria menos resistência que a Reforma da Previdência. No entanto, não há data prevista para entrar em votação no Senado”.
Imposto único seria melhor e mais simplificado
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/19, apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP), simplifica o sistema tributário nacional pela unificação de tributos sobre o consumo, propondo a extinção de três tributos federais (IPI, PIS e Cofins), o ICMS (estadual) e o ISS (municipal) incidentes sobre o consumo, sendo então criado um imposto único sobre o valor agregado, chamado de Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS) de competência dos três entes federativos , e outro, sobre bens e serviços específicos (Imposto Seletivo), de competência federal:
“Os efeitos esperados são extremamente relevantes, com uma simplificação do sistema tributário brasileiro e um aumento da produtividade e do PIB [Produto Interno Bruto] potencial do Brasil. Trata-se de um mecanismo muito menos custoso e mais eficiente até mesmo que o modelo de desoneração da cesta básica de alimentos”, destaca Marins.